Nesse bairro negro, negro
onde todavia a língua que se ouve é portuguesa
todas as velhas de saia rota subindo a estrada,
subindo os degraus de Laura,
nesse chão do medo onde correrem e hoje há quem queira que
corram ainda os vampiros e não
se esgota o sangue da manada
tudo o que cantávamos em maio,
todos os meninos de oiro,
cada bragal perdido,
Coimbra à noite,
pintor que jamais morrerá,
e tu
e tu,
a filigrana do teu verso
.........
da tua voz goteja sempre a Liberdade
Fernando Cabrita. A lingua portuguesa. Ed. Labirinto, 2024
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