Páginas

martes, 13 de mayo de 2025

TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM

 



Nesse bairro negro, negro

onde todavia a língua que se ouve é portuguesa

todas as velhas de saia rota subindo a estrada,

subindo os degraus de Laura,

nesse chão do medo onde correrem e hoje há quem queira que

corram ainda os vampiros e não

se esgota o sangue da manada

tudo o que cantávamos em maio,

todos os meninos de oiro,

cada bragal perdido,

Coimbra à noite,

pintor que jamais morrerá,

e tu

e tu,

a filigrana do teu verso

.........

da tua voz goteja sempre a Liberdade


 

Fernando Cabrita. A lingua portuguesa. Ed. Labirinto, 2024

No hay comentarios:

Publicar un comentario